quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Contribuição espontânea.

Nosso amigo Marcelo Collar provou que não é um bunda-mole e nos permitiu inserir seu texto do sobre eufemismos.
E aí vai.


Eufemismos

Odeio eufemismos. A impressão que eu tenho é que a famosa frase “tudo que disser pode ser usado contra você no tribunal” se aplica hoje mais do que nunca. São tantos cuidados no falar, que muitas vezes o modo como é dito tem mais valor que a mensagem real.

O eufemismo é uma figura de linguagem que busca usar termos mais “agradáveis” para suavizar uma expressão. O problema é que o uso indiscriminado desse recurso feriu de modo irreparável nossas relações sociais. Primeiro, se usa eufemismos para substituir expressões que não precisam de nenhuma espécie de suavização! Quer algo mais comum que chamar alguém de negro?

A palavra “negro” foi praticamente banida do vocabulário supostamente educado. Eu já ouvi até “mais moreninho”. Até o Guerra nas Estrelas entrou na roda. O que, nos anos 80 era o Lado Negro da Força, virou Lado Sombrio da Força. Imagina se a moda pega? Teríamos o chocolate “Diamante Sombrio”, e teríamos o popular Sombriozinho da Beija-Flor e a Sombria Li.

Domésticas viraram “secretárias do lar”. Empregados viraram “colaboradores”. Surdos viraram “deficientes auditivos” - esse sim, um termo supostamente mais bonito, mas considerado ofensivo.

Existe uma necessidade de suavizar expressões que não necessitam de suavização, pois não existe nada de ruim ou feio sobre elas. O que é isso? Medo de processo? Piada.

“Vá à profissional do amor que lhe deu à luz”.

Marcelo Collar
Estagiário de Jornalismo

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